Relatório
Dia de Espiritualidade Xaveriana no
CXAM – GAMIX 24-02-13
Décimo Aniversário de fundação do
GAMIX
Éramos dez
amigos, na quaresma do ano 2003, nos encontramos aqui na Capela do Seminário do
Centro Xaveriano de Animação Missionária (CXAM), pensamos de abrir espaços para
juntar amigos dos Xaverianos espalhados pela Amazônia, acreditamos na
necessidade de leigo-leigas para evangelizar e ser missionários conhecíamos
pouco os nossos padroeiros São Francisco Xavier e santa Terezinha e dom Guido
Maria Conforti, fundador dos Xaverianos, mas grande era o nosso desejo de
caminhar nos passos deles, por isso fundamos o GAMIX (Grupo dos Amigos
Xaverianos). Fomos crescendo e agora somos muitos. Nasceram grupos novos em
Ananindeua, em Coqueiro, na Comunidade de Dom Guido na Terra Firme, em
Abaetetuba, em Concórdia, em Redenção. Os 30 Romeiros que foram em Roma para a
beatificação do novo São Guido voltaram cheios de espírito missionário
xaveriano e deram aos grupos novo fervor.
Depois de 10
anos somos aqui para abrir as celebrações do ano inteiro, que terá como
encerramento a grande festa de São Guido no domingo três de novembro 2013. Um
passeio de barco em Cotijuba dia 16 de junho e um passeio de ônibus em Salinas
dia 21 e 22 de setembro, com muitas surpresas, vivenciarão sempre mais a nossa
amizade.
Hoje, neste
dia de espiritualidade xaveriana, refletimos juntos sobre a nossa missão de
jovens leigos engajados nas pastorais e na vida do povo, inspirados por são
Francisco, santa Terezinha e são Guido.
O assessor
pe. Nello deu dicas para a formação da nossa consciência missionária:
· A Igreja, se não for missionária, não
é Igreja e a Igreja somos todos nós.
· O cristão, se não for missionário,
não é cristão.
· Precisa mudar a sociedade que produz
pobre, sem condições de viver com dignidade.
· Precisa colaborar para construir um ambiente
de paz, de amor a natureza, de felicidade para todos.
· Pe. Nello distribuiu para a nossa
reflexão o discurso de Pepe, Presidente do Uruguay, no R20, em Rio de Janeiro, que
coloco no fim.
A Santa Missa foi celebrada por pe. Daniel do PIME, que quis celebrar o
seu aniversário neste dia, juntos com os amigos xaverianos. Parabéns, Daniel, e muitos anos de vida
missionária.
O almoço foi compartilhado, cada um trouxe a sua especialidade, a
coordenação ofereceu o churrasco, prato típico dos nossos encontros.
Aquele abraço de paz e de fraternidade encerrou o nosso encontro de
espiritualidade xaveriana no décimo aniversário de fundação do GAMIX.
CXAM – Ananindeua 24-02-13
Ana Rassy, secretária.
O
Presidente do Uruguay Jose "Pepe" Mujica é o presidente mais pobre do
mundo, tem 78 anos, vive numa modesta casa e devolve o 90% do seu salário em
favor de entidades de beneficência e pequenos empresários. Ficou preso durante
14 anos como opositor ao regime.
Aqui
vai o seu pronunciamento em junho de 2012 durante o G20, no Brasil. Fala da
crise do mercado global e nos ajuda a entender o que acontece na Amazônia e
porque. Principalmente nos estimula a rever a nossa atitude e procurar
alternativas para o nosso futuro.
Os
Povos indígenas encontrarão ressonância com o ensinamento e maneira de viver
dos antepassados; os cristãos um convite a rever a sua fidelidade ao Evangelho
que ensina o caminho da felicidade; as pessoas de boa vontade de qualquer
religião e raça são convidadas a redescobrir o sentido profundo da vida.
O
Presidente reconheceu o valor de todos os que falaram antes dele e manifestou a
vontade de respeitar e cumprir com todos os acordos que G 20 assumiu durante o
importante encontro. Depois prosseguiu:
"Me
deixem fazer algumas perguntas em voz alta". Durante a tarde toda falamos
de desenvolvimento sustentável e de como eliminar o imenso problema da pobreza.
Mas o que se passa em nossas cabeças? O modelo de desenvolvimento que propomos
é o das sociedades ricas. Pergunto-me o que aconteceria com este planeta se os habitantes
da índia tivessem a mesma proporção de carros por família que os alemães
possuem. Quanto oxigênio nos sobraria para respirar? O mundo de hoje teria os
recursos materiais para que de 7 a 8 bilhões de pessoas possam desfrutar do
mesmo nível de consumo e desperdício das sociedades mais ricas do ocidente?
Isto
é possível? O será que teremos que começar outro tipo de reflexão? Isto porque
somos nós que criamos este tipo de civilização que vivemos: filha do mercado,
filha da competição que produziu um desenvolvimento material portentoso e
explosivo. A economia do mercado criou a sociedade do mercado que se estendeu
ao planeta todo e se chama globalização. Hoje nós estamos conduzindo a
globalização ou é ela que nos governa?
É
possível falar em solidariedade e dizer que "estamos todos juntos"
numa economia baseada numa concorrência impiedosa? Até aonde chega a nossa
fraternidade? Não digo nada para negar a importância deste evento. Pelo
contrário falo do desafio que temos pela frente e que é de uma grandiosidade
colossal.
A
grande crise não é ecológica, é política. O homem não governa hoje as forças e
os mecanismos que gerou, mas são estas forças que governam o homem e a vida.
Não nascemos para nos desenvolver de qualquer maneira e a qualquer custo: nascemos para sermos felizes. A
vida é curta e passa rapidamente. E nenhuma mercadoria vale mais do que a vida:
isso é claro! Mas a vida vai passando e nós trabalhando, trabalhando para
consumir sempre mais. Em o consumo é o motor da nossa sociedade, porque se o consumo
para a economia paralisa e isso é o máximo pavor da nossa sociedade.
Mas
será que não temos que rever a estrutura de nossa sociedade?
Este
tipo de hiper consumo está agredindo planeta e produzindo mercadoria que dura
pouco porque é preciso vender muito. Uma lâmpada elétrica não pode durar mais
de 1.000 horas. Poderíamos fabricar lâmpadas com duração de 100 ou 200 mil
horas, mas não podemos porque o problema é o mercado, porque temos que
trabalhar e sustentar uma civilização do "usa e joga". É por isso
estamos num círculo vicioso.
Estes
são problemas de caráter político, que estão dizendo que está na hora de
começar a lutar por outra cultura. Não se trata de retornar para os dias do
homem das cavernas e erguer um monumento ao atraso. Não podemos continuar para
sempre sendo governados pelo mercado e sim temos que governar o mercado. Então
eu afirmo que o problema é de ordem político.
Trata-se
de sustentar uma sociedade de poucos privilegiados a custa de muitos pobres.
Os
antigos pensadores, Epicuro, Seneca e até os Ayamara definiam:"Pobre não é aquele que tem pouco, mas
sim o que necessita infinitamente muito, e deseja, deseja, mais e mais".
Isto é crucialmente de caráter cultural.
Então
eu saúdo os esforços e acordos que são feitos. Eu vou segui-los e honrá-los
como governante. Sei que algumas coisas que estou dizendo perturbam. Mas
devemos tomar consciência que a crise da água e a agressão ao meio ambiente não
são a causa. A causa é o modelo de civilização que nós construímos. E somos nós
que temos que rever a nossa maneira de viver.
Eu
pertenço a um país pequeno e abençoado de recursos naturais para viver. Somos
cerca de três milhões e duzentas mil pessoas. Porém temos no país 13 milhões de
vacas das melhores e cerca de 10 milhões de ovelhas. Produzimos e exportamos
alimentos, laticínios, e carne. Os trabalhadores do nosso pais conseguiram 8
horas de trabalho e agora 6 horas. Porém muitos procuram o segundo emprego de
maneira que hoje trabalham mais do que ontem. POR QUÊ? Tem que pagar uma
quantidade de despesas: a moto, o carro, o computador e conta e contas... E quando
você se der conta, perceberá que é um velho reumático como eu e que a vida
passou!
O desenvolvimento não pode ir ao encontro da felicidade. Tem que estar
de acordo com a felicidade humana ou não é desenvolvimento. Tem que estar de acordo com a felicidade
humana, com o amor ao Planeta, a favor das relações humanas, com o amor aos
filhos, o amor dos amigos, de ter somente o necessário. Precisamente
porque é este o tesouro mais valioso que temos. Quando lutamos pelo meio ambiente,
devemos lembrar primeiro porque o
primeiro elemento do meio ambiente se chama: FELICIDADE HUMANA.
Iramalia-Maria do Carmo-Marcello-Ana-Nilzete-Mercedes e Marques |
O Grupo da Comunidade de Dom Guido Terra Firme |
O churrasco, prato típico dos encontros GAMIX |
Antes do Abraço de despedida |
Presentes pe. Nello e pe. Daniel do PIME |
A COORDENAÇÃO do GAMIX: Brenda-Telma-Marcelo-Valmina-Maria do Carmo-Miguel-pe.Marcello-Isan-Dulce-Lourdes-Lindomar |
A tesoreira Maria do Carmo |
O Coordenador da Comunidade de Dom Guido Terra Firme |
Parabens pelo aniversário de pe. Daniel |
Pe. Nello: a Igreja se não for missionaria não é Igreja |