sábado, 2 de março de 2013

RELATÓRIO do DIA de ESPIRITUALIDADE XAVERIANA



Relatório
Dia de Espiritualidade Xaveriana no CXAM – GAMIX 24-02-13
Décimo Aniversário de fundação do GAMIX
Éramos dez amigos, na quaresma do ano 2003, nos encontramos aqui na Capela do Seminário do Centro Xaveriano de Animação Missionária (CXAM), pensamos de abrir espaços para juntar amigos dos Xaverianos espalhados pela Amazônia, acreditamos na necessidade de leigo-leigas para evangelizar e ser missionários conhecíamos pouco os nossos padroeiros São Francisco Xavier e santa Terezinha e dom Guido Maria Conforti, fundador dos Xaverianos, mas grande era o nosso desejo de caminhar nos passos deles, por isso fundamos o GAMIX (Grupo dos Amigos Xaverianos). Fomos crescendo e agora somos muitos. Nasceram grupos novos em Ananindeua, em Coqueiro, na Comunidade de Dom Guido na Terra Firme, em Abaetetuba, em Concórdia, em Redenção. Os 30 Romeiros que foram em Roma para a beatificação do novo São Guido voltaram cheios de espírito missionário xaveriano e deram aos grupos novo fervor.
Depois de 10 anos somos aqui para abrir as celebrações do ano inteiro, que terá como encerramento a grande festa de São Guido no domingo três de novembro 2013. Um passeio de barco em Cotijuba dia 16 de junho e um passeio de ônibus em Salinas dia 21 e 22 de setembro, com muitas surpresas, vivenciarão sempre mais a nossa amizade.
Hoje, neste dia de espiritualidade xaveriana, refletimos juntos sobre a nossa missão de jovens leigos engajados nas pastorais e na vida do povo, inspirados por são Francisco, santa Terezinha e são Guido.
O assessor pe. Nello deu dicas para a formação da nossa consciência missionária:
·       A Igreja, se não for missionária, não é Igreja e a Igreja somos todos nós.
·       O cristão, se não for missionário, não é cristão.
·       Precisa mudar a sociedade que produz pobre, sem condições de viver com dignidade.
·        Precisa colaborar para construir um ambiente de paz, de amor a natureza, de felicidade para todos.
·       Pe. Nello distribuiu para a nossa reflexão o discurso de Pepe, Presidente do Uruguay, no R20, em Rio de Janeiro, que coloco no fim.

A Santa Missa foi celebrada por pe. Daniel do PIME, que quis celebrar o seu aniversário neste dia, juntos com os amigos xaverianos.  Parabéns, Daniel, e muitos anos de vida missionária.

O almoço foi compartilhado, cada um trouxe a sua especialidade, a coordenação ofereceu o churrasco, prato típico dos nossos encontros.
Aquele abraço de paz e de fraternidade encerrou o nosso encontro de espiritualidade xaveriana no décimo aniversário de fundação do GAMIX.
CXAM – Ananindeua 24-02-13
Ana Rassy, secretária.



O Presidente do Uruguay Jose "Pepe" Mujica é o presidente mais pobre do mundo, tem 78 anos, vive numa modesta casa e devolve o 90% do seu salário em favor de entidades de beneficência e pequenos empresários. Ficou preso durante 14 anos como opositor ao regime.
Aqui vai o seu pronunciamento em junho de 2012 durante o G20, no Brasil. Fala da crise do mercado global e nos ajuda a entender o que acontece na Amazônia e porque. Principalmente nos estimula a rever a nossa atitude e procurar alternativas para o nosso futuro.
Os Povos indígenas encontrarão ressonância com o ensinamento e maneira de viver dos antepassados; os cristãos um convite a rever a sua fidelidade ao Evangelho que ensina o caminho da felicidade; as pessoas de boa vontade de qualquer religião e raça são convidadas a redescobrir o sentido profundo da vida.
O Presidente reconheceu o valor de todos os que falaram antes dele e manifestou a vontade de respeitar e cumprir com todos os acordos que G 20 assumiu durante o importante encontro. Depois prosseguiu:
"Me deixem fazer algumas perguntas em voz alta". Durante a tarde toda falamos de desenvolvimento sustentável e de como eliminar o imenso problema da pobreza. Mas o que se passa em nossas cabeças? O modelo de desenvolvimento que propomos é o das sociedades ricas. Pergunto-me o que aconteceria com este planeta se os habitantes da índia tivessem a mesma proporção de carros por família que os alemães possuem. Quanto oxigênio nos sobraria para respirar? O mundo de hoje teria os recursos materiais para que de 7 a 8 bilhões de pessoas possam desfrutar do mesmo nível de consumo e desperdício das sociedades mais ricas do ocidente?
Isto é possível? O será que teremos que começar outro tipo de reflexão? Isto porque somos nós que criamos este tipo de civilização que vivemos: filha do mercado, filha da competição que produziu um desenvolvimento material portentoso e explosivo. A economia do mercado criou a sociedade do mercado que se estendeu ao planeta todo e se chama globalização. Hoje nós estamos conduzindo a globalização ou é ela que nos governa?
É possível falar em solidariedade e dizer que "estamos todos juntos" numa economia baseada numa concorrência impiedosa? Até aonde chega a nossa fraternidade? Não digo nada para negar a importância deste evento. Pelo contrário falo do desafio que temos pela frente e que é de uma grandiosidade colossal.
A grande crise não é ecológica, é política. O homem não governa hoje as forças e os mecanismos que gerou, mas são estas forças que governam o homem e a vida. Não nascemos para nos desenvolver de qualquer maneira e a qualquer custo: nascemos para sermos felizes. A vida é curta e passa rapidamente. E nenhuma mercadoria vale mais do que a vida: isso é claro! Mas a vida vai passando e nós trabalhando, trabalhando para consumir sempre mais. Em o consumo é o motor da nossa sociedade, porque se o consumo para a economia paralisa e isso é o máximo pavor da nossa sociedade.
Mas será que não temos que rever a estrutura de nossa sociedade?
Este tipo de hiper consumo está agredindo planeta e produzindo mercadoria que dura pouco porque é preciso vender muito. Uma lâmpada elétrica não pode durar mais de 1.000 horas. Poderíamos fabricar lâmpadas com duração de 100 ou 200 mil horas, mas não podemos porque o problema é o mercado, porque temos que trabalhar e sustentar uma civilização do "usa e joga". É por isso estamos num círculo vicioso.
Estes são problemas de caráter político, que estão dizendo que está na hora de começar a lutar por outra cultura. Não se trata de retornar para os dias do homem das cavernas e erguer um monumento ao atraso. Não podemos continuar para sempre sendo governados pelo mercado e sim temos que governar o mercado. Então eu afirmo que o problema é de ordem político.
Trata-se de sustentar uma sociedade de poucos privilegiados a custa de muitos pobres.
Os antigos pensadores, Epicuro, Seneca e até os Ayamara definiam:"Pobre não é aquele que tem pouco, mas sim o que necessita infinitamente muito, e deseja, deseja, mais e mais". Isto é crucialmente de caráter cultural.
Então eu saúdo os esforços e acordos que são feitos. Eu vou segui-los e honrá-los como governante. Sei que algumas coisas que estou dizendo perturbam. Mas devemos tomar consciência que a crise da água e a agressão ao meio ambiente não são a causa. A causa é o modelo de civilização que nós construímos. E somos nós que temos que rever a nossa maneira de viver.
Eu pertenço a um país pequeno e abençoado de recursos naturais para viver. Somos cerca de três milhões e duzentas mil pessoas. Porém temos no país 13 milhões de vacas das melhores e cerca de 10 milhões de ovelhas. Produzimos e exportamos alimentos, laticínios, e carne. Os trabalhadores do nosso pais conseguiram 8 horas de trabalho e agora 6 horas. Porém muitos procuram o segundo emprego de maneira que hoje trabalham mais do que ontem. POR QUÊ? Tem que pagar uma quantidade de despesas: a moto, o carro, o computador e conta e contas... E quando você se der conta, perceberá que é um velho reumático como eu e que a vida passou!

O desenvolvimento não pode ir ao encontro da felicidade. Tem que estar de acordo com a felicidade humana ou não é desenvolvimento. Tem que estar de acordo com a felicidade humana, com o amor ao Planeta, a favor das relações humanas, com o amor aos filhos, o amor dos amigos, de ter somente o necessário. Precisamente porque é este o tesouro mais valioso que temos. Quando lutamos pelo meio ambiente, devemos lembrar primeiro porque o primeiro elemento do meio ambiente se chama: FELICIDADE HUMANA.



Iramalia-Maria do Carmo-Marcello-Ana-Nilzete-Mercedes e Marques

O Grupo da Comunidade de Dom Guido Terra Firme

O churrasco, prato típico dos encontros GAMIX

Antes do Abraço de despedida
Presentes pe. Nello e pe. Daniel do PIME

A COORDENAÇÃO do GAMIX: Brenda-Telma-Marcelo-Valmina-Maria do Carmo-Miguel-pe.Marcello-Isan-Dulce-Lourdes-Lindomar

A tesoreira Maria do Carmo

O Coordenador da Comunidade de Dom Guido Terra Firme

Parabens pelo aniversário de pe. Daniel

Pe. Nello: a Igreja se não for missionaria não é Igreja