quarta-feira, 19 de junho de 2013

CUTIJUBA PASSEIO LEIGOS XAVERIANOS DA AMAZÔNIA



GAMIX LX - RELATÓRIO PASSEIO CUTIJUBA


Éramos em 300 Leigos Xaverianos (LX), todos amigos ou conhecidos, parentes dos amigos ou amigos dos amigos, todos com o mesmo ideal: seguir os passos de São Francisco Xavier e de Dom Guido Conforti e de Santa Terezinha para evangelizar e anunciar o Reino de Deus aqui agora. 


Viver um dia juntos no barco Jarumã, na liturgia eucarística, na praia, na partilha, na dança fraterna foi para nós um pequeno sinal do Reino que proclamamos: fraternidade, solidariedade, alegria, fé, partilha, com Cristo em nós e abençoados por Nossa Senhora de Guadalupe, padroeira das Américas.


Saímos de Belém às 8hs com o grande barco Jarumã, levados nas águas tranquilas da baia Guarajã rumo à ilha de Cutijuba, perdida na imensidade do Rios Tocantins, Guamã, Acará, Moju, que formam o rio Pará, que leva as águas para com o oceano atlântico.

Antigamente a ilha era famosa por causa de uma prisão construída no seu coração. O povo dizia que quem era jogado aí, inocente ou delinquente, não voltava mais. Só um barco do governo levava a comida uma vez por mês, fugir era impossível, a coisa melhor era esperar a morte chegar.

Hoje a prisão é uma ruína abandonada, mas a ilha adquiriu novo esplendor através de suas lindas praias, as do Farol e as do Vaiquemquer. Nos domingos e feriados tudo é lotado.


A viagem de uma hora e meia foi preenchida com a Santa Missa, o cafezinho e o concurso de dança folclórica, o carimbó das festas juninas da Amazônia.

A Santa Missa foi celebrada por todos, presidente foi o pe. Marcello, nosso diretor espiritual, e o pe. Danilo de São Felix do Xingu e amigos que vinham de Minas Gerais, de Vila dos Cabanos, de Abaetetuba Catedral, Nazaré, Algodoal, de Ananindeua, de Coqueiro, de Santa Cruz, de Conceição, da comunidade de Guadalupe, de Santa Rosa, e, sobretudo de São Francisco Xavier.

O pe. espiritual frisou na breve homilia a missão dos Leigos Xaverianos (LX) como missionários que vivem o carisma xaveriano, anunciando o Reino e formando família também com os nossos padres.

O terminal hidroviário da ilha tinha um nome bonito: poeta
Antonio Tavernard nasceu na Vila de São João do Pinheiro, atual Icoaraci, onde iniciou seus estudos. Logo depois, residindo já em Belém fez o curso de humanidades no Ginásio Paes de Carvalho, onde ajudou a organizar e fazer publicações para o jornal G.P.C, bastante divulgado na época entre os estudantes. Em 1925 terminou o ginásio e em 1926 ingressou na faculdade de Direito do Pará, onde teve sua vida encurtada por ter contraído hanseníase.
Foi jornalista, dramaturgo e compositor, além de poeta lírico, falando de amor, morte e esperança.
Foi um dos redatores da revista A Semana, uma das mais importantes a circular em Belém na década de 1930.
Pesquisadores afirmam que Tavernard publicou apenas um livro em vida, o livro Fêmea, mas um dos parentes do poeta, Tavernard Neves, informou que em 1953 foi editado o romance Místicos e Bárbaros.


No amplo espaço diante das ruínas da antiga prisão, apresentaram-se do lado esquerdo o bondinho que levava para a praia Vaiquemquer os turistas e do lado direito uma fila de charretes para a praia Farol.

Alguns do grupo foram com pe. Danilo na praia Vaiquemquer, praia ampla, comida deliciosa com galinha caipira e caldeirada de peixe de maré.

A maioria foi a pé para praia Farol. Nós de idade subimos na charrete. Difícil foi a escolha, tinha charrete de toda forma, quadrada, retangular, redonda ou sem forma nenhuma... e de toda cor, verde, amarela, celeste, de plástico transparente e colorido. Alguns com rodas de motocicleta, outra com roda de carro, todas sem eixo. Maravilha era olhar a fila sem fim.

 Os burros eram jovens e velhos, magros, mas com ossos expostos, pouca carne e poucas formas redondas femininas.

Os jegues nordestinos são como uma Ferrari em relação a UNO. Até que consegui entrar numa charrete. Dava para subir, apesar das dificuldades, precisava uma escadinha mais moderna.


Obedecendo as ordens precisas do cavaleiro, o burro foi correndo, passou duas lombadas sem frear, que susto! Graças a Deus, o DNIT não tinha ainda colocado as lombadas eletrônicas. A um certo ponto o burro parou, perdeu o ritmo, para não fazer uma ultrapassagem perigosa, o caminho era mais estreito do que a BR 316.

O que fazer para o burro retomar o ritmo? O jeito foi descer e empurrar. Por sorte os meus companheiros eram jovens e fortes. Aí o burro foi correndo sem parar até o final...


O pessoal já tomava conta da imensa praia do Farol, mesa em todo canto, debaixo das sombras de majestosas mangueiras o de coqueiros.

Longe, o grande rio Pará e a linda praia. Água morna e tranquila. Lugar ideal para criança, adulto e idoso.

Fiquei hospedado e vigiado na pousada, com toda calma!

Às 16hs os motores do barco Jarumã, com toda força, levaram o pessoal até a Belém. A felicidade e a alegria reinavam no coração de todos e o abraço fraterno dizia: passe bem, até a próxima!


Belém 16 de Junho de 2013

Marcello Zurlo, diretor espiritual.












































quinta-feira, 13 de junho de 2013

SANTO ANTÔNIO DE PÁDUA



Queridos Leigos Amigos Xaverianos da Amazônia
Parece-me justo agradecer ao Santo Antônio publicando algo sobre a sua vida, para que a devoção popular ao Santo possa ser conhecida sempre mais.
Quando eu tinha quatro anos de idade, no ano 1936, peguei uma doença mortal, a meningite cérebro-espinha dorsal. O doutor tinha decretado morte certa. Mas minha mãe quis me vestir de Santo Antônio de Pádua e a ele me consagrou para ser padre. O dia seguinte estava em perfeita saúde. A única coisa que me lembro da minha infância foi a viagem até Pádua, 30 km longe

da minha vila di Cittadella,
 acompanhado de bicicleta pelo pai e mãe, para agradecer ao Santo pela graça recebida. (Em Pádua nunca se fala de Santo Antônio, mas somente de SANTO, ele é o SANTO)
Agora que tenho mais de oitenta anos, quero mais uma vez agradecer ao Santo pelo dom da vida e pela felicidade de viver como missionário xaveriano em terra da Amazônia, no meio de um povo querido e fraterno.
13 de junho de 2013
Pe. Marcello Zurlo
Diretor espiritual dos Leigos Amigos Xaverianos da Amazônia


VIDA DE SANTO ANTÔNIO DE PÁDUA

Antônio, desde jovem, entrou em contato com os primeiros missionários franciscanos, que eram a caminho do Marrocos para evangelizar os mouros. A pregação do Evangelho destes missionários no espírito de simplicidade, idealismo e fraternidade franciscana, deve ter tocado o sentimento de Antonio. Entretanto, uma impressão ainda mais forte ocorreu quando os corpos desses frades, mortos em sua missão em Marrocos, voltaram a Coimbra, onde foram honrados como mártires. Então Antônio,autorizado a juntar-se aos franciscanos, viajou para Marrocos,e iniciou sua nova missão em busca do martírio.
A sua missão
Mas, chegado em Marrocos, foi acometido por grave doença, sendo persuadido a retornar. Fê-lo desalentado, já que não havia proferido um único sermão, não convertera nenhum mouro, nem alcançara a glória do martírio pela fé. No regresso, uma forte tempestade arrastou o barco para as costas da Sicília, onde encontrou antigos companheiros. Ali se quedou até a primavera de 1221, dirigindo-se com eles então para Assis a fim de participarem do Capítulo da Ordem Francescana - o último que seria feito com a presença do fundador Francisco.
Em Assis encontrou-se com São Francisco de Assis e os seus primeiros seguidores, um evento de grande importância em sua carreira. Sendo designado para um eremitério em Montepaolo, na província da Romagna, ali passou cerca de quinze meses em intensas meditações e árduas disciplinas.
Pouco depois aconteceu uma ordenação de frades em Forlì, quando deixou o isolamento e para lá se dirigiu. Até então os franciscanos não sabiam de sua sólida formação, mas faltando o pregador para a cerimónia, e não havendo nenhum frade preparado para tal, o provincial solicitou a António que falasse o que quer que o Espírito Santo o inspirasse. Protestou, mas obedeceu, e dissertando para os franciscanos e dominicanos lá reunidos de forma fluente e admirável, para a surpresa de todos, foi de imediato destinado pelo provincial à evangelização e difusão da doutrina pela Lombardia. Recebendo a aprovação para a tarefa pastoral do próprio Francisco, fixou-se então em Bolonha, onde se dedicou ao ensino da teologia na universidade e à pregação.
Em 1227 foi indicado provincial da Romagna e passou os três anos seguintes pregando na região, incluindo Pádua, para audiências cada vez maiores. Em 1230 solicitou ao papa dispensa de suas funções como provincial para dedicar-se à pregação, reservando algum tempo para a contemplação e prece no mosteiro que havia fundado em Pádua. Sempre trabalhando pelos necessitados, envolveu-se também em questões políticas, a exemplo de sua viagem a Verona para pedir a libertação de prisioneiros feitos pelo tirano Ezzelino, e em 1231 persuadiu a municipalidade de Pádua a elaborar uma lei que impedia a prisão por dívidas se houvesse a possibilidade de compensação de outras formas.
Pouco depois da Páscoa de 1231 sentiu-se mal, declarou-se hidropisia e ele deixou Pádua para dirigir-se ao eremitério de Camposanpiero, nos arredores da cidade. Seus companheiros ergueram-lhe uma cabana no alto de uma árvore, onde permaneceu alguns dias. Percebendo que a morte estava próxima, pediu para ser levado de volta a Pádua, mas apenas tendo alcançado o convento das clarissas de Arcella, subúrbio de Pádua, ali faleceu, em 13 de junho de 1231. As clarissas reclamaram seu corpo, mas a multidão acabou sabendo de seu passamento, tomou-o e o levou para ser sepultado na Igreja de Nossa Senhora. Sua fama de santidade era tamanha que foi canonizado logo no ano seguinte, em 30 de maio, pelo papa Gregório IX. Os seus restos mortais repousam desde 1263 na Basílica de Santo António de Pádua, construída em sua memória logo após sua canonização. Quando sua tumba foi aberta para iniciar o processo de translado, sua língua foi encontrada incorrupta, e São Boaventura, presente no ato, disse que o milagre era prova de que sua pregação era inspirada por Deus. E incorrupta está até hoje, em exposição na Capela das Relíquias da Basílica. Foi proclamado Doutor da Igreja pelo papa Pio XII em 16 de janeiro de 1946 e é comemorado no dia 13 de junho.
Tradição taumatúrgica e iconografia
Diz a tradição que em sua curta vida operou muitos milagres, como seguem alguns exemplos.
  • Certa feita, meditando à beira-mar sobre a frequente aparição da imagem do peixe nas Escrituras, os peixes teriam se reunido a seus pés para escutá-lo.
  • Teria restaurado um campo de trigo maduro para colheita que fora estropiado por uma multidão que o seguia; teria protegido milagrosamente seus ouvintes da chuva que caía durante um sermão, e uma mulher impedida pelo marido de ir ouvi-lo pôde escutar suas palavras a quilómetros de distância.
  • Quando em disputa com um herege albigense sobre a presença ou não do Deus vivo na hóstia consagrada, o herege, chamado Bonvillo, disse que se uma mula, tendo passado três dias sem comer, honrasse uma hóstia em detrimento de uma ração de aveia, ele acreditaria no santo. Segundo a história, assim que a mula foi liberta de seu cercado, faminta, desviou-se da ração e ajoelhou-se diante da hóstia que António lhe mostrava.
  • Restaurou o pé amputado de um jovem.
  • Soprou na boca de um noviço para expulsar as tentações que sofria, confirmando-o em sua vocação.
  • Quando alguns hereges colocaram veneno em sua comida para verificar sua santidade, o santo fez o sinal da cruz sobre o alimento, comeu-o e nada sofreu, para o vexame dos seus tentadores.
  • Outro milagre famoso trata-se da aparição do Menino Jesus ao santo durante uma de suas orações, uma cena multiplicada abundantemente em sua iconografia.
Também é bastante citado um milagre ocorrido durante sua pregação num consistório diante do papa, inúmeros cardeais e clérigos, e gentes de várias nações, quando, discorrendo com sutilíssimo discernimento sobre intrincadas questões teológicas, cada um dos presentes teria ouvido a pregação na sua própria língua materna. Na ocasião, diante de tão assombroso fenómeno, que parecia uma reedição do Pentecostes bíblico, o papa o teria chamado de "a arca do Testamento, o arsenal da Sagrada Escritura"
A sua representação iconográfica de longe mais frequente é a de um jovem tonsurado envergando o hábito dos frades franciscanos, segurando o Menino Jesus sobre um livro ou entre os braços, a quem contempla com expressão terna, e tendo uma cruz, ou um ramo de açucenas, na outra mão. Esses atributos podem ser substituídos por um saco de pão, que distribui entre pobres ou idosos.
Veneração
É considerado padroeiro dos amputados, dos animais, dos estéreis, dos barqueiros, dos velhos, das grávidas, dos pescadores, agricultores, viajantes e marinheiros; dos cavalos e burros; dos pobres e dos oprimidos; é padroeiro de Portugal, e é invocado para achar-se coisas perdidas, para conceber-se filhos, para evitar naufrágios, para conseguir casamento.
A devoção popular o colocou entre os santos mais amados do Cristianismo, cercou-o de riquíssimo folclore e lhe atribui até os dias de hoje inúmeros milagres e graças. Igrejas a ele consagradas se multiplicam pelo mundo, tem vasta iconografia erudita e popular, a bibliografia devocional que ele inspira é volumosa, e em sua homenagem uma quantidade incontável de pessoas recebeu o nome António, além de inúmeras cidades, bairros e outros logradouros públicos, empresas e mesmo produtos comerciais em todo o mundo também terem seu nome.
Na tradição lusófona Santo António está acima de todos em prestígio. Sua veneração foi levada de Portugal para o Brasil, onde enraizou rápido e também dominou o coração do povo. Era tanta a familiaridade que o santo inspirava, que passou a ser uma espécie de "propriedade privada" de todos. Como relatou Grillot de Givry, "não há casa que o não venere no seu oratório e não satisfeita ainda com isso, a comum devoção dos fiéis, cada um quer ter só para si o seu Santo António". Estava em toda parte: "nos nichos de pedra, pintado em azulejos, a guardar as casas, em caixilhos de seda à cabeceira da cama a vigiar-nos o sono, nos escapulários e bentinhos junto ao peito, a acautelar-nos os passos, esculpido e pintado para preservar dos perigos, pintados nas caixas de esmola, nos santuários e oratórios". Também era invocado pelos senhores para recuperar escravos fugidos.
A mesma familiaridade criou práticas esdrúxulas no culto popular. Se um pedido não era atendido, a imagem do santo podia ser submetida a torturas e castigos. Deitavam-na de barriga para o chão e punham-lhe uma pedra em cima; escondiam-na num poço escuro, retiravam-lhe o Menino Jesus dos braços, ou arrancavam-lhe o resplendor. Acreditava-se que o castigo acelerava a concessão da graça, e explicavam a violência dizendo que em sua juventude o santo desejara morrer martirizado em nome da fé. Luminares do clero, como o padre Vieira, também de certa forma reforçavam essas crenças. Num sermão disse:


"Não haveis de pedir a Santo António como aos outros, nem como quem pede graça e favor, senão como quem pede justiça. E assim haveis de pedir a Santo António: não só como a quem tem por ofício deparar tudo o perdido e demandado como a quem deve e está obrigado a o deparar. E senão dizei-me: por que atais e prendei esse santo, quando parece que tarde em vos deparar o que lhe pedis? Porque deparar o pedido em Santo António não só é graça, mas dívida. E assim como prendei a quem vos não paga o que vos deve, assim o prendeis a ele. Eu não me atrevo nem a aprovar esta violência, nem a condená-la de todo, pelo que tem de piedade"
É um dos santos honrados nas popularíssimas Festas Juninas e diversos costumes folclóricos estão ligados ao santo. a título de exemplo, no Brasil moças casadoiras retiram o Menino Jesus das estátuas e só o devolvem quando arrumam casamento; uma prece especial, os "responsos", são feitas para que ele ajude a encontrar objetos perdidos; no dia de sua festa muitas igrejas distribuem um pão especialmente abençoado, os "pãezinhos de Santo António", que deve ser guardado em uma lata de mantimentos para que não falte alimento na casa.