sexta-feira, 10 de maio de 2013

FELIZ DIA DAS MÃES 2013




Dia das Mães 

 2013


 Maio é o mês mais bonito do ano, sobretudo para quem vive nos países com clima primaveril.
A natureza brota novamente com mil cores e flores e perfumes. É a vida que estoura brilhante, depois do longo inverno. Outro dia, no jardim da casa Xaveriana, brotou uma orquídea, branca como o lírio do campo,

que enfeitam a imagem dos santos e santas e proclamam a inocência como um valor a ser alcançado por todos.

Pensei nas palavras de Jesus: “Olhai para os lírios do campo, como crescem; não trabalham nem fiam;
contudo vos digo que nem mesmo Salomão em toda a sua glória se vestiu como um deles.
Pois, se Deus assim veste a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada no forno, quanto mais a vós, homens de pouca fé?
Buscai primeiro o Reino de Deus e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas”. Mt 6, 28

Todo mês de maio é dedicado, no mundo afora, a Maria, a nossa mãe do céu. O povo gosta de reunir-se, à noitinha, nas casas, para rezar o terço e compartilhar a “Palavra de Deus” do dia.
Com Maria Mãe, no segundo domingo de maio, queremos também homenagear todas as mães dos amigos xaverianos, vivas e falecidas. O GAMIX lembra com amor este dia e faz suas todas as homenagens que acontecem em cada família, em cada clube, em cada nação.
É o dia de cada mãe:mães de sangue, mães adotivas, mães educadoras, mães solteiras,mães viúvas, mães presas, mães aidéticas, mães-avós, mães doentes nos hospitais, mães pobres e mães ricas, mães negras, mulatas, indígenas, brancas, amarelas,   essas incríveis mulheres que alimentam nossa esperança no triunfo do amor e da paz.

O Dia das Mães pode ser uma celebração que reforça nossos laços familiares, abrindo janelas para o perdão, o carinho, a valorização humana e o afeto.

A festa em homenagem às mães

Festividades relativas às mães e à maternidade já existem desde a Antiguidade, quando gregos e romanos realizavam festivais em homenagem a deusas. Na Inglaterra e na Irlanda, no século 16, havia o Domingo das Mães, em que os filhos deveriam visitar anualmente a igreja de suas mães, ocasionando a reunião de parte da família. Historiadores acreditam que trabalhadores, aprendizes e servos eram liberados pelos seus senhores para visitar suas famílias. A data também servia para render homenagens a Maria, mãe de Jesus.
O Dia das Mães moderno, comemorado por todos, nós teve início nos Estados Unidos. A jovem Ann Jarvis estava em depressão porque havia perdido sua mãe e ela, junto com suas amigas, organizou uma festa em homenagem a todas as mães, vivas ou mortas. A festa ajudou a amenizar o sofrimento e Ann saiu em campanha pelo país, pedindo a instituição do Dia Nacional das Mães. A ideia foi tão boa que em pouco tempo se alastrou e, em 1914, o presidente Woodrow Wilson proclamou o Dia das Mães como feriado nacional, sendo comemorado no segundo domingo de maio.
A data se espalhou pelo mundo e hoje é comemorada nos mais diversos cantos do planeta, embora aconteça em dias diferentes, distribuindo-se pelo calendário de fevereiro até novembro. No Brasil, Getúlio Vargas decretou, em 1932, que o Dia das Mães fosse comemorado sempre no segundo domingo de maio.
A maternidade e a fecundidade da vida
A maternidade é uma das maiores glórias da mulher e uma das experiências mais profundas do amor humano e divino. Mas, para que essa valorização seja plena, deve abarcar todas as dimensões da vida humana. Para isso, precisamos da contribuição de homens e mulheres que se colocam na defesa e valorização da vida.
Nas culturas antigas, toda a dimensão feminina se concentrava na maternidade. Os povos primitivos viam na terra fecundada o símbolo privilegiado da divindade. A nossa mãe terra só podia ser fecundada mediante a intervenção dos deuses. O cosmo, por sua vez, era o lugar em que habitava a divindade. Era a morada dos deuses. A vida do povo estava estritamente ligada à mãe-terra, fonte geradora de vida e fornecedora de frutos. A mulher, assim como a terra, era fecundada, trazendo ao mundo os frutos misteriosamente surgidos de seu inesgotável seio materno.
A família em época de mudanças
O papel da mulher como mãe continua o mesmo, de orientação e de criação de seus filhos. Mas a este somam-se tantos outros, provenientes da sua posição profissional. Para conseguir dar conta de tantas atribuições e acompanhar essa mudança de papel dentro da sociedade, é necessário que seus companheiros (e também os seus filhos homens) evoluam no sentido de dividir tarefas e entender a importância do trabalho em equipe (por parte de todos os componentes da família, é claro).
Os homens de hoje não podem esperar que as mulheres se comportem como as suas mães, em relação ao convívio com seus pais. As mulheres, por sua vez, não podem criar seus filhos (principalmente os homens) como suas mães faziam.
Os filhos, que agora já não têm mais os cuidados maternos 24 horas por dia, devem preparar-se para uma vida mais independente, aprendendo a se virar desde cedo, mesmo porque, se tiverem irmãs, também mulheres modernas, estas não vão querer dar mole pra marmanjo.
Essa mudança de paradigmas não é fácil para nenhum dos dois (pai e mãe), mas com boa vontade e disposição pode-se encontrar a maneira certa de se conviver de acordo com as novas exigências. Muita coisa já mudou, mas muito ainda precisa mudar. Alguns homens (pais e filhos) já entenderam que é preciso cooperar com as tarefas domésticas, porém a maioria ainda se faz de desentendido ou ainda traz consigo aquela idéia bastante antiga de que só às mulheres competem esses afazeres e o cuidado com os filhos.

É bom refletir em família sobre algumas frases, que encontrei por aí:

·      “Mãe! Presente de Deus para minha vida”    Marcello

·      “Eu sou aquela mulher que fez a escalada da montanha da vida removendo pedras e plantando flores.”
Cora Coralina
·      “A melhor escola: os joelhos de uma mãe.”
James Russell Lowell
·      “Mãe, pra ti conjugo o verbo amar.”
Rick e Renner
·      “O coração de uma mãe é um abismo profundo em cujo fundo você sempre encontra perdão.”
Honoré de Balzac
  • ·JÓ  (cap. 1)·
Jó disse: “Nu saí do ventre de minha mãe, e nu tornarei para lá. O Senhor deu, e o Senhor tirou; bendito seja o nome do Senhor”.

  • ·ISAÍAS  (cap. 49)·
“ pode uma mulher esquecer-se de seu filho de peito, de maneira que não se compadeça do filho do seu ventre? Mas ainda que esta se esquecesse, eu, todavia, não me esquecerei de ti”.

  • JEREMIAS  (cap. 1)·
“ Antes que eu te formasse no ventre te conheci, e antes que saísses da madre te santifiquei; às nações te dei por profeta”.

  • LUCAS  (cap. 1)·
Ao ouvir Isabel a saudação de Maria, saltou a criancinha no seu ventre, e Isabel ficou cheia do Espírito Santo,

  • LUCAS  (cap. 1)·
e exclamou em alta voz: Bendita és tu entre as mulheres, e bendito é o fruto do teu ventre!

  • LUCAS  (cap. 11)·
Ora, enquanto Jesus dizia estas coisas, certa mulher dentre a multidão levantou a voz e lhe disse: Bem-aventurado o ventre que te trouxe e os peitos em que te amamentaste.

  • LUCAS 7

Quando chegou perto da porta da cidade, eis que levavam para fora um defunto, filho único de sua mãe, que era viúva; e com ela ia uma grande multidão da cidade.
 Logo que o Senhor a viu, encheu-se de compaixão por ela, e disse-lhe: Não chores.
 Então, chegando-se, tocou no esquife e, quando pararam os que o levavam, disse: Moço, a ti te digo: Levanta-te.
O que estivera morto sentou-se e começou a falar. Então Jesus o entregou à sua mãe.

  • MATEUS 15

E eis que uma mãe cananéia, provinda daquelas cercania, clamava, dizendo: Senhor, Filho de Davi, tem compaixão de mim, que minha filha está horrivelmente endemoninhada.
 Contudo Jesus não lhe respondeu palavra. Chegando-se, pois, a ele os seus discípulos, rogavam-lhe, dizendo: Despede-a, porque vem clamando atrás de nós.
 Respondeu-lhes ele: Não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel.
 Então veio ela e, adorando-o, disse: Senhor, socorre-me.
Ele, porém, respondeu: Não é bom tomar o pão dos filhos e lançá-lo aos cachorrinhos.
Ao que ela disse: Sim, Senhor, mas até os cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa dos seus donos.
Então respondeu Jesus, e disse-lhe: Ó mãe, grande é a tua fé! seja-te feito como queres. E desde aquela hora sua filha ficou sã.

  • MATEUS 9
E eis que certa mulher, que havia doze anos padecia de uma hemorragia, chegou por detrás dele e tocou-lhe a orla do manto;
 porque dizia consigo: Se eu tão-somente tocar-lhe o manto, ficarei sã.
Mas Jesus, voltando-se e vendo-a, disse: Tem ânimo, filha, a tua fé te salvou. E desde aquela hora a mulher ficou sã.

  • LUCAS 13

 E estava ali uma mulher que tinha um espírito de enfermidade havia já dezoito anos; e andava encurvada, e não podia de modo algum endireitar-se.
Vendo-a Jesus, chamou-a, e disse-lhe: Mãe, estás livre da tua enfermidade;
e impôs-lhe as mãos e imediatamente ela se endireitou, e glorificava a Deus.

  • MARCOS  (cap. 12)

 E chamando ele os seus discípulos, disse-lhes: Em verdade vos digo que esta pobre viúva deu mais do que todos os que deitavam ofertas no cofre;

Todos nós queremos repetir o pensamento de Jesus: Aquelas nossas mães, amigas xaverianas, deram tudo o que tinha, deram para nós o amor-doação. Acabei de assistir ao video “As aventuras de PI”. Depois de dias no oceano, o jovem indiano PI, no mesmo barco com um tigre, conseguiu pegar um peixe pra comer ele e o tigre e disse: “Obrigado, Senhor, porque vieste em forma de peixe para salvar nossa vida”. Também nós do GAMIX queremos repetir: “Obrigado, Mamãe, porque vieste em mil formas diferentes para educar-amar-perdoar-salvar nossa vida”




Pe. Marcello Zurlo
Diretor espiritual do GAMIX
Belém 12 de maio de 2013

sábado, 4 de maio de 2013

PRIMEIRA CAPELA DEDICADA A SÃO GUIDO MARIA CONFORTI NO INTERIOR DA AMAZÔNIA



A primeira capela dedicada a S. Guido Maria Conforti no Interior da Amazônia

Penetrar no coração da Floresta Virgem da Amazônia ainda é  um grande ideal para os Missionários Xaverianos, que, desde 1961, anunciaram a presença de Reino de Deus nestas terras dispersas no "fim do mundo".
Escreve o missionário Xaveriano, Padre Mario Lanciotti  (1901-1983) que por primeiro
fincou o pé nestas terras de Abaetetuba em março de1961, vindo da China: “...Trabalhei na China e no Japão, mas aqui na Amazônia, em Abaetetuba, no Xingu, sinto toda a beleza e sublimidade de meu sacerdócio missionário. Aqui posso ficar à disposição dos pobres. Aqui me sinto verdadeiro missionário do Pai... Não fiz nada de extraordinário e notável. Para mim, trabalhar aqui como missionário, foi uma verdadeira bênção de Deus. Estou velho e quase cego e já posso fazer pouca coisa. Desejo ser enterrado nesta terra abençoada, pobre entre os pobres”.

No coração da Amazônia pode ser encontrado ainda hoje muitas pessoas cristãs, "batizadas mas não evangelizadas".
Vou publicar aqui um caso típico, perdoe-me:
Era véspera de Natal. Encontrava-me sentado num banco da Capela de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. A Capela estava preparada para a festa. Num canto, a Irmã Adelina tinha preparado o Presépio, colocando toda a sua arte para que o Presépio fosse uma reprodução autêntica do nosso ambiente amazônico. Em lugar do berço coberto de palha, deitou o Menino numa pequena rede amarrada entre duas palmeiras, na entrada da gruta.
Eu estava rezando o breviário na espera de penitentes para a confissão. O primeiro a chegar foi um homem de 30/40 anos de idade. Entrou me cumprimentou e foi direto em direção ao Presépio. Ficou contemplando-o, demoradamente, imóvel.
Em seguida, eu me aproximei e perguntei-lhe:
- De onde vens?
- Do Km 185 da Transamazônica.
- De que Estado és?
- Do Ceará.
- Gostas deste Presépio?
- É bonito, muito bonito!
- Sabes o que representa?
Balançou a cabeça em sinal negativo.
- Sabes que o Natal nos lembra o nascimento de Jesus?
Mais uma vez balançou a cabeça em sinal negativo.
- Mas tu és católico?
- Graças a Deus! Meu padrinho foi João Lopes dos Santos e minha madrinha, Dona Jurandina, sua esposa.
- E tu não sabes o que é o Natal?
- Eu sei. Natal é Natal: uma grande festa!

Compreendi que estava à minha frente um dos muitos católicos que são batizados, mas não evangelizados.
Até aí não tinha chegado ninguém para as confissões. Comecei uma catequese simples e clara para Jurumi (era seu nome). O interesse por ele demonstrado me deixou muito surpreendido.
- Jurumi, quando podes voltar para continuar esta conversa?
Veio por treze dias consecutivos. Demonstrava um raro interesse, como dificilmente encontramos no mundo afora. Pedia informações, queria saber tudo. E tudo tinha que ser feito oralmente, pois era analfabeto, no verdadeiro sentido da palavra. Minha preocupação era de fazê-lo compreender, com palavras simples, o porquê do nascimento de Jesus e as consequências práticas do Natal em nossa vida.
No último dia agradeceu-me tudo com verdadeira sensibilidade.
- Padre, o Natal de Jesus fez-me compreender muitas coisas. Entendi que a vida não é uma brincadeira. Deve ser assumida seriamente. O que verdadeiramente tem valor é nos amarmos como Ele nos amou. Quando tiver a oportunidade de voltar à cidade, não deixarei de te visitar, para aprender muitas outras coisas.
Passaram-se seis ou sete meses. Um domingo, depois da Missa, uma mulher, com um menino nos braços, aproximou-se de mim.
- O senhor é o Padre Marcelo?
- Sim, por quê?
- Eu sou a esposa de Jurumi, aquele homem do Ceará, que pela festa do Natal veio aqui e o senhor o instruíram na religião.
- Ah! Lembro-me. Como está ele?
- Está bem, graças a Deus! Eu venho para agradecer ao senhor, Padre, porque meu esposo voltou completamente mudado e, desde aquele dia, começou a viver outra vida. O pensamento do Natal de Jesus nunca mais o abandonou. É um ótimo esposo, um ótimo pai, um ótimo amigo com os vizinhos. Tornou-se generoso e ajuda o próximo o quanto pode. Ele quer que eu fique aqui por uns dias para me instruir. Meu esposo me disse que se eu não aprender Religião, nossa família nunca será como a família de Jesus...”.
Diante de semelhantes situações de “pessoas batizadas, mas não evangelizadas”, nosso amigo xaveriano pe. Hilário Trapletti encontra-se faz dez anos na grande missão do município de Tomé-açu, aproximadamente a 200 km de Belém, a capital da Amazônia. Existem cerca de cem comunidades cristãs espalhadas no meio da floresta.
P. Hilario, com 40 anos de vida em Amazônia, sabe que não pode fazer tudo, que não consegue catequizar todo o seu povo. Pensou de realizar uma coisa interessante: “vou construir uma bela capela para cada comunidade.Eu não sou eterno, tenho quase oitenta anos, mas as capelas vão ficar como sinal da vinda de Cristo Jesus também no meio deste povo abndonado”.
Ele construiu nos últimos anos, em Tomé-açu, mais de 80 capelas, para ser preciso 82. Graças também à ajuda da sua sobrinha Fúlvia e de outros amigos italianos, formou uma turma de operários, fieis e expertos, para a construção das capelas, todas lindas, todas diferentes, todas promovidas por comunidades cristãs, que, não podendo ter o padre (Hilário vai lá uma vez ou duas vezes por ano), organizam todo domingo a liturgia da palavra de Deus.
A penúltima capela (a última nunca vem) tem sido um sonho da juventude de Hilário, quando  decidiu de fazer parte da família saveriana, fundada por São Guido Maria Conforti.
 Precisava construir uma capela dedicada a este Santo Fundador, Bispo de Parma e missionário para o mundo.
 Para realizar o seu sonho,escolheu uma aldeia, cerca de 70 km da cidade de Tomé-Açú, a aldeia de Kurimá, onde cerca de 200 pessoas vivem de subsistência, cultivo de arroz, milho, mandioca, frutas tropicais... no meio da mata virgem. Não há eletricidade, a água é de igarapé (rio pequeno), as casas são de taipa, mas as pessoas são símplices, amigáveis, abertas, muito mais felizes do que aqueles que vivem em cidades.
Aqui também o Santo Guido Conforti encontraria a sua felicidade, vivendo e evangelizando um povo que merece.
 Aqui, no “fim do mundo”, Hilário, impulsionado pela alegria de sentir-se xaveriano, construiu sua penúltima capela dedicada a Guido Maria Conforti.
Vou anexar as fotos de todas as capelas de Hilario. Fica como convite para quem quiser visitá-las.
Belém 01-05-2013 Festa do trabalhador
Pe. Marcello Zurlo
Diretor espiritual dos Amigos Xaverianos (GAMIX)